Passados quase 7 meses do anúncio da força-tarefa que flagrou mais de 400 trabalhadores que não recebiam os dias de chuva, dormiam e comiam próximos a botijões de gás, bebiam água não potável, não possuíam equipamento de proteção individual adequado, nem carteira de trabalho, nem banheiros, etc., fui buscar no site do MP notícias sobre o resultado da ação.
Nada.
Como na matéria apresentada o nome das empresas irregulares não foram divulgadas, mas apenas as cidades(Montenegro, Estância Velha, Venâncio Aires, Butiá), fica mais difícil buscar informações.
As grandes plantadoras de acácia negra, pinus e eucalipto, já há tempos denunciadas, parecem estar sendo menos lembradas. Mas os agricultores expulsos de seus minifúndios, que hoje em vez de alimentos produzem papel, como estão? A extensão das áreas plantadas cultivadas para a produção e papel diminuiu? Não, apesar da violenta crise econômica nos EUA e Europa demandarem menos papel. E um papel que era e é, ainda, usado com desperdício, para embalagens. Proporcionalmente, o povo lá de cima usa doze vezes mais papel do que é usado pelo Brasil. Nem mesmo a pesada crise que produz a cada dia mais miseráveis, o consumo e o desperdício ainda é visto pelo capital como saída para a superação.

Aos defensores do desenvolvimentismo a qualquer custo, parece natural. Até mesmo o trabalho escravo, que se bem procurado é encontrado pelo RS e Brasil afora, geralmente ligado ao desmatamento, ao agronegócio, e aos grandes produtores de celulose.

A propósito, seria interessante que o MPT publicasse o resultado dos TACs (termos de ajuste de conduta) apresentados por estas empresas. Que fossem divulgados os pedidos de licenciamento para o plantio destas culturas. E que as força-tarefas, em áreas tomadas pelo latifúndio, continuassem.
Valeu, amigo Vítor, a lembrança da força-tarefa do MP.
*Com dados do site do Ministério Público do Trabalho do Rs
Um comentário:
A imprensa que lucrou com essas papeleiras se cala. Para ela, escravidão aqui no RS não existe. Ou, caso a identifiquem, não consideram crime.
Nessa terra de gigantes o paradigma ainda parece ser o mesmo: quem rouba pra comer é exposto em praça pública e condenado, quem tem muito dinheiro faz o que bem entende e fica por isso mesmo. Que país é esse Regina?
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