terça-feira, 23 de junho de 2009

Foi.

Saber da vida qual o exato momento em que a paixão esfumaça, esfarela, ainda com algum gosto na boca, mas já engolida, só o gosto restante, e parecendo que a saliva vinda leva cada vez mais e mais embora os últimos grãos de sabor, e sofre de tão bom que era, porque nunca mais vai ser igual, a receita foi perdida, outros doces virão, melhores, piores, mas todos diferentes daqueles que já foi e nunca mais se provará. Dói. Parece sol que já nasceu. Copo que quebrou. disco riscado. Foi.

sábado, 20 de junho de 2009

Este teu corpo...



Mas me repita estas palavras de amor, meu querido!
Me deixe acreditando que você é eloquente...
E me retire do sotaque este chiado canstivo
quem sabe ainda creia que você é envolvente...
Não olhe nos meus olhos, quero crer que ainda é dia,
Me abrace outra vez, mas desta vez mais consistente,
Que eu não quero esquecer deste teu corpo,
como é quente,
O teu mérito, eu confesso é este corpo,
assim tão quente...

Mas não esquece de trazer o que eu pedi por telefone
Ou confundo outra vez outra pessoa com teu nome!
Não vem com ameaças, esta coisa é perigosa
e larga mão de me querer no teu mundinho cor-de-rosa
e agora para de fumar, e de beber, e de falar
deixa eu ver este relógio, eu tenho hora prá voltar!
Me abrace outra vez, mas desta vez mais consistente,
Que eu não quero esquecer deste teu corpo,
como é quente,
O teu mérito, eu confesso é este corpo,
assim tão quente...

No Muro

Vi, sem querer,
a palavra
VOCÊ
num grafite.
Antes, ela nunca
me pareceu
tão bela.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Considerações


Eu?
Feliz.
Bem Feliz.
Apesar de alguns mínimos ajustes necessários, muito feliz.
Eu diria mesmo, desbragadamente feliz. Despudoradamente feliz.
Com direito a champagne seca, tapete vermelho e segundo tempo.
E foda-se qualquer coisa em contrário.

Hoje não.

Deusa mãe, mulher que é,
que não esteja em tensões hoje.
Tensões, por hoje,
pós e pré,
chegam as minhas.