domingo, 4 de setembro de 2011

Nós, Trabalhadores e o Governo Tarso

O que fazer quando a internet simplesmente se recusa a funcionar? Bem, fios recolocados no lugar, aqui vamos nós. Pior: depois do ridículo empate de meu time. Ninguém merece.
Na verdade, deveria ter escrito este post na sexta-feira. Depois de mais uma manhã de negociações com a mesa do governo, enquanto esperávamos na rua, com a orientação de parecer educados. Coisa que não sou quando mexem no meu bolso, quando não tenho condições de trabalho, quando não posso falar para ser ouvida.
Certo: Falei tanto, TANTO no governo passado que levei, como lembrança de minha passagem pela direção do SEMAPI um processo da ex-governadora. Não só eu, muitos, alguns mais do que um inclusive. Mas não adianta,  governo e feijão, só na pressão. E muita pressão. 
Certo que o Governo Tarso, que a maioria de nossa categoria ajudou a eleger-se no primeiro turno é diferente do desgoverno Yeda. Não existe mais a guarita em frente ao palácio. E quero crer que nenhum motorista de carro de som será preso por estar trabalhando em algum ato público. Bom, aí seria o fim. Mas a engenharia política que fez minha e outras Fundações continuarem nas mãos dos mesmos gestores, a demora em atender reivindicações, a continuidade das más ou péssimas condições de trabalho, como avaliar?
Voltando à negociação:  
Finalmente, proposta de índice: 6.44%, ou seja, a inflação. Fracionada em três parcelas, novembro, abril e maio. Penso sinceramente que alguém deveria lembrar ao governo que esta inflação já aconteceu, já perdemos este poder aquisitivo. Detalhe: Por enquanto, não se fala em retroatividade. 
O auxílio-creche ou babá, R$ 248,63, é razoável. Mas para uma categoria com idade média acima de 40 anos, poderia ser estendido aos avós. Não é piada, gente, muitas de nossas Fundações não fazem concurso há mais de dez, quinze anos.
O auxílio transporte em dinheiro para Fase, FZB e FPE (reivindicação antiga do Zoológico, FASE NH e FPE Taquari, vem em boa hora. Ponto para os negociadores.
Enquanto a pauta era discutida, conversei com representantes de base que de muito participam da luta. E isto é importante resssaltar: Não se trata da esquerdália enlouquecida nem da direita empedernida. São e somos os mesmos que enfrentaram o Governo Olívio, Rigotto, Yeda. Porque para  nós, independente da matiz partidária, existem os compromissos com a categoria que representamos, existem as más condições de trabalho que não se resolvem, e principalmente, porque qualquer governo, mesmo aquele que ajudamos a eleger, passa a ser nosso patrão. Patrões com posturas, ideologias e manejos diferentes, mas patrões.
Então, senhor governador, nós, que fazemos este Estado funcionar, nós que atendemos principalmente aqueles setores mais precarizados, que lidamos com os abandonados, os infratores, os pequenos produtores, com a tecnologia, com o meio ambiente, queremos a valorização que nos garantiste durante a campanha eleitoral. Amnésia, agora, não. Queremos concurso público já para as Fundações não fenecerem junto com nossa esperança, queremos condições de trabalho, queremos salário digno. E somos, sim, esquerda. Sérios, preocupados em realizar bem nosso trabalho, em reconstruir o Estado tão dilapidado por quem não teve respeito nem por nós, pelo povo nem por nosso Rio Grande.
A foto que posto hoje é de uma das muitas mobilizações que construímos. E que repetiremos, com certeza, se acharmos necessário. E talvez com mais força e intensidade; Afinal, com Rigotto e Yeda, brigávamos com nossos inimigos de classe. E se o elegermos, Governador, foi para ter certeza que livramos a nós, nosso povo e nosso Rio Grande do Sul das barbáries neoliberais.
Até a próxima rodada de negociações!

Um comentário:

Diversidade Sexual disse...

O governo Tarso ao que tange as políticas para o magisério certamente está deixando a desejar.. Inicialmente falando no famoso "Pacote Tarso", sem chance de escolha... Inúmeras ferramentas para medir indicadores de qualidade na educação acontecem, assim como mudanças constantes nas equipes que atuam dentro da secretaria... Mas, e na prática?? Nossas jornadas são abusivas, Tarso não paga o piso nacional que deveria... Em resumo, quais os avanços reais para a nossa categoria? (Poderia falar ainda mais e mais.. Mas professor sempre tem "lição de casa" para fazer... No meu caso, algumas pilhas de avaliações e trabalhos a corrigir.. Como de costume...)