quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Negros: Devemos tanto a este povo!

Certa vez promovi uma discussão sobre negritude no SEMAPI, justamente em 13 de maio. Convidados o geógrafo Geovani Machado, militante da UNEGRO, e Carlos Santos, militante do movimento nego do, se bem lembro, PP.alho, sem indenização, sem 
Escolhi 13 de maio por pensar que comemorar esta data é comemorar a saída do negro da senzala e sua ida para a favela, na época para os morros, descampados, sem indenização, sem sem trabalho nem qualificação. 
Cada vez que vejo um nego deitado na rua, sem teto, sem auto-estima, penso em como teria sido sua vida se seus antepassados não tivessem sido roubados de sua terra, seviciados, humilhados e forçados a construir a riqueza do Brasil, riqueza que eles nunca puderam usufruir. Era a revolução industrial chegando, necessitando de consumidores para o capitalismo nascente. Por isto a Inglaterra, antes maior traficante de escravos, resolveu combater o tráfico. Os imigrantes trazidos para substituir o braço negro na lavoura receberam menos do que o prometido, mas infinitamente mais do que os negros. E eram livres. Inclusive para consumir, condição indispensável ao estabelecimento do mercado.
Relembro este debate por uma questão simples. O representante do PP declarou-se radicalmente contra cotas, em todos os níveis e setores. E como argumento citou a si próprio, que por "força de vontade" conseguiu estudar, avançar, etc. Estarrecedor, um negro remando contra as poucas chances de outros negros alcançarem o que deveriam ter por direito: Chance. E que não me venham com o discursinho surrado de que cotas devem ser para pobres. De cada dez miseráveis, oito são negros. Cada quatro adolescentes assassinados em função do tráfico, três são negros. E por aí vai. Aqui, e em muitos outros lugares, miséria tem cor.
É batido, mas vale repetir: Oportunidades desiguais, condições desiguais.
Trago este assunto em função do processo congressual da UNEGRO, já em andamento. Sou branca, descendente de árabes (pai), índio e português (mãe), e participo das atividades da UNEGRO, já há algum tempo. Com muito orgulho.
Tenho certeza que os problemas da população negra não são só deles, são nossos. Qualquer um de nós que queira e lute por um mundo justo, igualitário, pelo fim da barbárie capitalista deve se engajar nesta luta. Cada um com sua disponibilidade, respeitando suas prioridades. Mas lutando pelo fim do racismo, que aliás, serve muito bem ao capitalismo, como todas as outras opressões.
Então convido e a todas e todos que lutam por um mundo melhor a participarem da reunião da UNEGRO do dia 23, no SINDSEPE, rua Otávio Rocha 161/81, às 18h30.
A propósito, a UNEGRO é uma entidade apartidária, pluri-religiosa e supra-racial.
Eu, certamente chegarei atrasada em função do horário de trabalho. Mas estarei lá!

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