Certa vez promovi uma discussão sobre negritude no SEMAPI, justamente em 13 de maio. Convidados o geógrafo Geovani Machado, militante da UNEGRO, e Carlos Santos, militante do movimento nego do, se bem lembro, PP.alho, sem indenização, sem
Escolhi 13 de maio por pensar que comemorar esta data é comemorar a saída do negro da senzala e sua ida para a favela, na época para os morros, descampados, sem indenização, sem sem trabalho nem qualificação.
Cada vez que vejo um nego deitado na rua, sem teto, sem auto-estima, penso em como teria sido sua vida se seus antepassados não tivessem sido roubados de sua terra, seviciados, humilhados e forçados a construir a riqueza do Brasil, riqueza que eles nunca puderam usufruir. Era a revolução industrial chegando, necessitando de consumidores para o capitalismo nascente. Por isto a Inglaterra, antes maior traficante de escravos, resolveu combater o tráfico. Os imigrantes trazidos para substituir o braço negro na lavoura receberam menos do que o prometido, mas infinitamente mais do que os negros. E eram livres. Inclusive para consumir, condição indispensável ao estabelecimento do mercado.
Relembro este debate por uma questão simples. O representante do PP declarou-se radicalmente contra cotas, em todos os níveis e setores. E como argumento citou a si próprio, que por "força de vontade" conseguiu estudar, avançar, etc. Estarrecedor, um negro remando contra as poucas chances de outros negros alcançarem o que deveriam ter por direito: Chance. E que não me venham com o discursinho surrado de que cotas devem ser para pobres. De cada dez miseráveis, oito são negros. Cada quatro adolescentes assassinados em função do tráfico, três são negros. E por aí vai. Aqui, e em muitos outros lugares, miséria tem cor.
É batido, mas vale repetir: Oportunidades desiguais, condições desiguais.
Trago este assunto em função do processo congressual da UNEGRO, já em andamento. Sou branca, descendente de árabes (pai), índio e português (mãe), e participo das atividades da UNEGRO, já há algum tempo. Com muito orgulho.

Então convido e a todas e todos que lutam por um mundo melhor a participarem da reunião da UNEGRO do dia 23, no SINDSEPE, rua Otávio Rocha 161/81, às 18h30.
A propósito, a UNEGRO é uma entidade apartidária, pluri-religiosa e supra-racial.
Eu, certamente chegarei atrasada em função do horário de trabalho. Mas estarei lá!
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