quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Farol de Itapuã


O Farol tem cerca de 160 anos. E toda uma história, como toda Itapuã. Céu azul, morros, verde, água dourada e areia branca. Bugios e sabiás, lagartos e visitas só de longe. O farol só é acessado por barco, e não por qualquer barco. Sua luz ilumina por cerca de 20 km. Ali já é a Laguna dos Patos.

Detalhes do Paraíso

Nem todos os caminhos de Itapuã conduzem à lagoa. Mesmo quando se se passeia pela pequena vila de origem açoriana, com suas igrejas do século XVII e XVIII, paredes pintadas com cal branca, portas e janelas azuis, a influência portuguesa grita. O que foi uma capela jesuíta do início dos anos 1700 foi transformada pelos revolucionários farropilhas para guardar armamento, mas ainda sobrou a estrutura.
No final da década de 70 o povo que acampava lá fazia saraus nas ruínas da igrejas, e acabaram limpando um pouco a área, e dando uma maneira de evitar o desmoronamento. Necessário urgente um projeto de preservação, mas quem se propõe?

Eu, Mick, Deusa-Mãe



Não fiz de um limão uma limonada; fiz uma torta, daquelas de requeijão, maravilhosa, tudo de bom. Dos melhores momentos deste ano, viajar com a UJS, inda mais com meu colega das Sociais UFRGS Mick, com quem tenho assuntos até o ano 2029, sempre é extremamente prazeiroso. Mick é daquelas pessoas profundamente intelectualizadas, nem de perto parece ter a parca idade que tem. Companhia imprescindível para todas as boas e nem tão boas horas, foi a parceria perfeita para o sol e o encanto de entrar a festa da fertilidade de Deusa-Mãe [ou, como preferem os masoquistas cristãos, cultuadores de cruzes, dia de mortos(?)]no festival de Beltane, que no norte ocorre em 1º de maio e aqui em 1º de novembro.Num lugar que é o próprio paraíso.
Cá prá nós, cultuar o instrumento que torturou até a morte o pretenso filho de seu Deus, não tem certos resquício de crueldade???

Dias de Paz


Conheci Itapuã com dois amigos que já não vivem mais. Depiois disto, voltei muitas vezes. Foram muitos pequenos, muuuito pequenos peixes, arroz com sardinha, depois incontáveis miojos. Nos bons tempos, salchipão. Se dava, cerveja, se não, cachaça mesmo. Imprescindível eram algumas músicas, algumas companhias e o indispensável alto astral. Não na vila, antes. Praia das Pombas, do Tigre, Praia de Fora. Fogueira, barraca desconfortável, nada incomodava. Queimar taquara prá espantar mosquito. Incrível, nunca vi ninguém sair picado por cobra, escorpião ou outro bicho destes... Vi uma vez os bugios roubarem todas as nossas frutas. MAs mesmo assim, ficou tudo na paz.
Hoje, olhando bem atentamente, dá prá reconhecer um que outro dos que foram e ficaram por lá. Tranquilos, trabalhando (no seu ritmo, claro), um jeito totalmente diferente da loucura da gente. Quem foi certo? Quem foi e ficou, ou quem voltou?