segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sobre o dia sem cigarro

Posso dizer sem erro que deixar o cigarro não é fácil. Fumante desde a adolescência, há um ano e quase três meses consegui o que sempre julguei missão impossível: parar de fumar.
Nos anos 70 fumar era corriqueiro. Personagens de novelas e filmes fumavam; a propaganda do tabaco fazia a festa de revistas e tv. O sucesso, o sabor da vitória, o cigarro do homem que sabe o que quer. Existiu, por um tempo, um cigarro mais longo e fino, embalagem dourada, dirigido para mulheres. Outro que parecia uma cigarrilha e era fumado por um detetive de seriado virou moda.
Pouco do que sabemos hoje era publicizado. A glamourização do cigarro deu-se na década de 40, durante a segunda guerra. Qualquer filme deste período mostra divas e gaãs fumando languidamente. Era charmoso. Durante a guerra, neste período, soldados recebiam junto com a ração alimentar anfetaminas e pacotes de cigarros
Malefícios causados pelo hábito de fumar só vieram a público quando as empresas começaram a pagar indenizações milionárias para quem sofreu seus danos.
E aí o hábito de fumar encontra outra serventia. Pode mascarar problemas, distrair eleitores indignados, causar celeumas. É só lembrar de Berlusconi na Itália, onde num dia só se falava de sua impopularidade, e no outro, só se comentava a lei anti-fumo proposta por ele.
Quem seguiu seu exemplo? Serra, claro, com a minuciosa proibição paulista.
Pessoalmente, estou melhor sem fumar, mas acho a caça às bruxas promovidas por alguns não-fumantes um exagero. tanto quanto as leis de Serra e Berlusconi.

sábado, 29 de maio de 2010

Música para o sábado

Desconstruir opressões


O que dá a uma pessoa o direito de oprimir, discriminar, maltratar, perseguir outra ou outras pessoas em função de diferenças?
O que dá direito a um grupo social de espoliar, exterminar ou explorar outro grupo em função de origem?
Por que o prazer  felicidade do outro pode incomodar a ponto de provocar  barbáries, crimes, exclusão?
O que concede a alguém superioridade em relação ao seu diferente?
Porque mulheres continuam sofrendo violência?
Porque o imperialismo continua oprimindo povos e ferindo sua soberania?
Porque negros ainda são a maioria dos pobres?
Porque negros pobres continuam a ser maioria nos presídios e nos piores trabalhos?
Porque a homofobia ainda não foi criminalizada?
O que dá a alguém o direito de sentir-se superior?
Quarta-feira, 02 de junho, 19 horas, no escritório político do senador Paulo Paim.
Av. João Pessoa 1923.
Desconstruir opressões.
A vida é bem melhor sem elas.

Eu falei...

...Que Fossati não sobreviveria a mais uma derrota.
Agora, entre Mano Menezes, Abel e Mário Sérgio, continuo com Abel, apesar da indisposição do Al-Jazira em liberaro técnico.
E, para desespero dos gremistas, até mesmo Felipão aparece como proposta possível.
Quem diria, hein?
Por enquanto o Inter entra em campo sob o comando de Enderson Moreira, técnico do time B.
Que voltem os bons tempos, meu time.
Quero ser campeã do mundo outra vez.
Mas por enquanto, a Libertadores  está de bom tamanho...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A farsa do dia sem impostos

Recebo do amigo Alex Saratt um excelente artigo  do jornalista Juremir Machado da Silva publicado no jornal Correio do Povo, do RS, em 26 de maio de 2010. Reproduzo parte:

Pagamos impostos, mas recebemos serviços em troca. Como dizem os próprios liberais, não existe almoço grátis. Queremos serviços públicos. Temos de pagar por eles. A relação custo-benefício no caso dos impostos no Brasil é inadequada. Pagamos mais do que recebemos. Precisamos, então, exigir que essa relação seja melhorada ou reinventada. Costuma-se, porém, difundir no Brasil uma mentira que já está ganhando ares de verdade: a de que o Brasil tem a maior carga tributária mundial. Dados da OCDE dizem outra coisa: Suécia (51,1%), Dinamarca (50,6%), Finlândia (46,6%), Bélgica (45,4%), Áustria (44,3%), França (44%), Itália (43%), Luxemburgo (42,1%), Noruega (41,8%) e Alemanha (40,3%). Estamos em 38,1%. Números que variam ligeiramente em outras bases de dados.

No ranking da revista americana International Living, a França, grande arrecadadora de impostos, aparece em primeiro lugar em qualidade de vida. Entre os dez mais bem colocados nessa classificação, seis (França, Bélgica, Alemanha, Luxemburgo, Canadá e Itália) estão entre os maiores cobradores de impostos. Os Estados Unidos desabaram da terceira para a sétima posição nessa lista do bem-estar. É verdade que a Austrália (carga tributária média de 30,68%) ocupa o segundo lugar nessa tabela da boa vida. Já o Japão (27,44 de carga tributária) aparece num constrangedor trigésimo sexto lugar, apenas duas posições à frente do Brasil. Finlândia, Áustria, Dinamarca e Suécia estão entre os 18 melhores. Conclusão: pode-se ter riqueza e qualidade de vida com baixa carga tributária. Mas o mais frequente é encontrar alta qualidade de vida e riqueza com alta carga tributária. O problema, claro, é ter alta carga tributária e baixa qualidade de vida. Qual é o alvo?

Pois é.Sempre que alguém começa seu desfile de lamentos sobre os "altíssimos" impostos do Brasil eu pergunto se o problema não pode ser justamente as isenções de impostos ou o baixo índice de impostos como em grandes transações comerciais, transmissão de heranças ou operações financeiras.
Mas isto nem passa pela cabeça destas senhoras e senhoras que, mesmo reclamando de impostos, ficam bem contentes quando bancos e empresas recebem socorro financeiro do Estado.

Onde estão os eucaliptos?

Por algum tempo ambientalistas, estudantes e profissionais ligados ao meio-ambiente denunciaram com vigor os problemas causados pelo plantio indiscriminado de eucaliptos no estado. O sul do RS, praticamente invadido pela monocultura destinada à produção de celulose, que é exportada depois do beneficiamento teve os holofotes deste movimento.
Parece que agora o problema passou. Mas não. Os eucaliptos continuam a exaurir o pampa gaúcho, sua água, recursos minerais,  e expulsando o homem do campo para as periferias das cidades.
O que mudou? A crise econômica externa diminuiu drasticamente o consumo de papel, em todas as suas variantes. Baixaram as exportações para Europa e E.U.A. O resultado é que agora não se tem o que fazer com tanto eucalipto e pasta de celulose. Pior: A maior parte deste eucalipto, geneticamente modificado, não serve para a construção civil nem para carvão.
Sobrou mesmo o prejuízo ambiental para o RS e o êxodo do colono. 
E os eucaliptos para cupins, aranhas e caturritas, únicos seres que conseguem viver no meio das gigantescas plantações, continuam esperando a melhoria de preços do mercado.

Mudanças à vista no Inter

Fiquei sabendo, numa conversa com povo que sabe o que diz que Abel Braga está por chegar. Algumas indicações deste retorno: O Inter, apesar de continuar disputando a Libertadores, já não sintoniza com o uruguaio Fossati; Abel é velho conhecido da torcida e dos dirigentes colorados; é noticiada uma "visita" de Abel ao RS por estes dias.
O técnico, que atualmente dirige o Al-Jazira nos Emirados Árabes, tem família e amigos por aqui.
Problema: A multa recisória, de quase R$ 3,5 milhões.
Nada que o Inter não possa pagar.
É ver o que acontece hoje, quando o Internacional enfrenta um Vasco cheio de turbulências e sem nenhuma vitória no Brasileiro.
Para mim, bobagem do Inter foi deixar escapar, por duas vezes, o melhor técnico que já passou pelo Internacional: Muricy Ramalho. Mas na falta dele, que venha Abel. O que não dá é para continuar do jeito que está.
A foto está em  http://www.finalsports.com.br

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dilma lá. Tarso aqui!

Por volta das quatro da tarde de hoje, na sede de meu Partido, três Partidos declararam sua disposição para a construção de um projeto para o Rio Grande. Poderíamos dizer que firmaram um pacto pela reconstrução do Rio Grande, tão açoitado pelos déficits zero decretados pela tucana no governo.
Qualquer que seja a redação da notícia, o importante é: Esquerda re-unida, enorme chance de vitória, lucro do povo, do estado e da democracia, que já não atura mais tanta perseguição aos movimentos sociais.


Pode ter outro nome, mas é popular: PCdoB, PT e PSB. E tem espaço para mais.
De resto?
PP com PSDB, coligados apenas para Câmara Federal e majoritária.
PTB, ainda mantendo a candidatura (embora esperado pela coligação de esquerda).
E as esperadas divergências no PDT e PMDB regionais, que teimam em andar na contramão de suas direções nacionais, engajados na campanha de Dilma.
Ainda tem tempo para a razão vencer as discordâncias regionais.
Afinal, o que está em jogo é muuuuuuito maior que as engrizilhas locais, certo?

sábado, 22 de maio de 2010

Palestina, Palestina...

O neoliberalismo no RS

Depois de Yeda beber chimarrão foi a vez de Serra.  Por sinal, Yeda enrolou a cuia em um guardanapo de papel (!?), até ser avisada do fiasco.
Pior que isto só a minissérie global "A casa das sete mulheres", onde cada gaúcho caminhava carregando sua própria cuia.
Certo que chimarrão é das melhores bebidas que conheço, talvez a melhor, resguardado meu bairrismo.
É que ver os dois neoliberais fazendo pose com o nosso chimarrão é demais!


A foto é do blog Viomundo, de Luiz Carlos Azenha -
http://www.viomundo.com.br/humor/para-o-rio-grande-sorrir.html
Aliás, o PMDB do RS, na contramão do partido no resto do país fica em uma posição contraditória: Apoiará Serra, ao invés de Dilma e terá candidato próprio, concorrendo com Tarso Genro do PT e com a atual governadora. Detalhe: Mesmo após o PMDB ter rompido com o governo Yeda ainda existem CC's (cargos de confiança) ocupados por militantes do PMDB. Idem para o PTB de Lara, que ainda tenta sair em candidatura própria. A própria Yeda tenta a reeleição distribuindo os recursos represados por três anos, à custa do famigerado déficit zero, em aliança provável com PP e PPS.
De longe se vê que a questão passa longe de ser ideológica...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Papai Noel e as negociações da direita

Barco fazendo água e ratinhos pulando pela proa. Esta poderia bem ser a imagem da tentativa de coligação entre PSDB e PP aqui no RS.
Mesmo com a maioria dos militantes do PP querendo a coligação com o partido da governadora, esbarram num gigantesco entrave: a coligação para os cargos proporcionais.
O PP pretende ampliar suas vagas na Assembléia e na Câmara Federal. Para isto, precisam da coligação com o PSDB. Os votos dos dois partidos, somados, poderia garantir ao menos um deputado a mais para cada legenda – ou dois a mais para uma delas, no caso para o PP, mais estruturado no interior. Este é o medo do PSDB.
Esta negociação está azedando os ânimos dos progressistas, herdeiros diretos da antiga ARENA. E mais: Mesmo com os recentes “pacotinhos de bondades”, a governadora enfrenta o maior índice de rejeição. São 45% dos gaúchos que dizem não votar nela de jeito nenhum. Mesmo o oportunista PPS, ardoroso defensor do neoliberalismo e da candidatura Serra está avaliando se continua a apoiar a governadora.
Mas engraçado mesmo foi saber do diálogo entre dois líderes progressistas na reunião de seu diretório estadual:

– Eu acredito na reeleição da governadora – apregoou o deputado Vilson Covatti.

– E Papai Noel existe – retrucou em voz baixa o prefeito de São Jerônimo, Marcelo Schreinert.

Para Schreinert e Fetter Júnior, prefeito de Pelotas, a coligação na proporcional seria uma condição razoável para o PP bancar uma candidatura que nasce fazendo água..

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tolerância Zero?

Bastou Serra apostar suas fichas no quesito Segurança para que a Globo e suas filiais (incluindo, claro, a RBS) desatassem a escrever reportagens e mais reportagens sobre o assunto.
O Fantástico exibiu na noite de domingo passado uma  sobre Nova Yorque, e de como o crime diminuiu por lá. Manchete:
"Tolerância Zero e diminuição da criminalidade". Visto o programa, não era este o centro da reportagem. Mas para a Globo, a frase mágica serve para fazer gancho para seu candidato.
Já hoje pela manhã, a ZH ostenta como capa a pesquisa do PNUD, enfática em afirmar: "Violência assusta 92% dos gaúchos." Verificando o universo da pesquisa, descobrimos que os 243 gaúchos entrevistados no ano passado representam a opinião de todo o Estado. Mais: A resposta em que aparece o dado 92% foi a seguinte: "Como está a evolução da violência", e não necessariamente se o pesquisado a teme.
Contraditoriamente, na pergunta seguinte, que avalia se houve mudança de hábitos em função da violência, 53,99% dos entrevistados declararam NUNCA ter mudado seus hábitos por esta causa. Entenda-se.
A mesma pesquisa inclui ainda perguntas com prosaicas possibilidades de resposta, como valores morais (o que inclui conformação, hedonismo, realização, universalismo, ou seja, questões totalmente subjetivas) e outras preocupações dos gaúchos.
É... com  duas pesquisas recentes dando Dilma com vantagem sobre Serra, a mídia terá de fazer malabarismos mesmo...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Blog do Vermelho

Dispensa palavras. Ter um blog espelhado no Vermelho, melhor sítio de política do Brasil é quase que sonho, sonho bom que aconteceu.
Obrigada a todos e todas que fizeram com que o  Blog da Regina chegasse aos sete mil e poucos acessos, a quem apostou nele, a quem o incluiu entre os outros blogs do sítio.
Só posso garantir que os textos serão exatamente do mesmo jeito nada meigo como sempre foram.
E que venham as observações, críticas, comentários  e elogios, ou seja, tudo que pode fazer o Blog da Regina ficar mais interessante e melhor.

...E Não Tem Multa?

De tempos em tempos gosto de espiar o que a mídia oficial do governo Serra está fazendo. A Globo, claro.
Pois bem, resolvi assistir um capítulo da novela Tempos Modernos. Fora a dramaturgia costumeira, algumas caras novas e os tradicionais medalhões da emissora.
Mas o que me chamou atenção foram dois elementos: O cartazete da proibição  de cigarros, com o mapa do estado de São Paulo estilizado, que encontrei em vários locais públicos de SP,  parte da campanha oficial, e a propaganda descarada da Virada Cultural, também política dos governos do PSDB.
Até onde eu sei isto tem nome: Merchandising.
Esta prática é comum com cosméticos, carros, lojas, bancos. As empresas pagam um valor, geralmente bastante alto, para que personagens usem seus produtos em cena. 
Se o merchandising é feito com ou sem o pagamento do serviço, não importa. Qualquer citação de Dilma por parte do governo Lula está sendo alvo de denúncias e multas.
Portanto, alguém que providencie uma consistente multa para a Globo, que não satisfeita com os filmetes de 45 anos em fundo azul agora divulga as parcas ações do (des)governo Serra como descarada propaganda eleitoral. Inda bem que não terão muito o que mostrar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Dilma - Crescimento econômico só com justiça social

Festa em Porto Alegre, Clube Farrapos, Dilma. PT, PCdoB, Pátria Livre, PSB, PDT, PMDB, PTB, PP. Gente, prá cacete. Gente feliz por ouvir a única possibilidade de continuar o projeto nacional de desenvolvimento. Gente faceira por ver que Dilma, que é muito boa politicamente agora também tá boa de discurso. 
Dilma cresceu. Aprendeu com Lula, aprendeu com a vida e com o Brasil. Dilma, que a direita raivosa tenta desmoralizar, tenta esvaziar mas  enfrenta um dilema: Como empastelar a imagem de alguém que botou a própria vida na roda em busca da liberdade e democracia?
Reproduzo algumas falas que julguei mais significativas:
" Nós vamos erradicar a miséria em nosso país na próxima década. A miséria, a opressão, a desigualdades que mulheres, negros, índios sofrem, a mesma opressão que faz com que a orientação sexual seja um motivo para desigualdades."
" O Brasil pode e o Brasil vai deixar de ser emergente para se tornar uma economia desenvolvida. Isto condicionado a que o crescimento econômico seja acompanhado pelo desenvolvimento e justiça social."
" Hoje existe a certeza que temos rumo, um caminho certo. Hoje sabemos o que fazer e o que fazer. Nós construímos uma nova era para este país."
" Nós mulheres não queremos ser a metade do céu. Queremos ser, e agora, a metade da terra. Somos 52% dos Brasileiros. E os outros 48% são nossos filhos. Podemos, então dirigir o Brasil, que tudo estará em casa."
Mais palavras são desnecessárias. Ela é que faz parte das urgências deste país.


terça-feira, 11 de maio de 2010

O que é nosso é bom?

Pois  é, a gente se depara com a ideologia dominante  onde menos espera, de formas que não se imagina.
Pois estava eu pintando as unhas no salão que frequento, quando uma manicure conhecida me avisou que a cor de um certo esmalte é bonita, porém sem durabilidade. Conversa habitual em salões de beleza. O inusitado foi o comentário seguinte:
- Deve ter vindo estragado, veio dos states, disse ele, como se isto gabaritasse o produto.
Bueno, a discussão que se seguiu conseguiu envolver praticamente todos, entre trabalhadores e trabalhadoras, clientes, chegando ao dono do salão. Que felizmente defendeu a qualidade dos produtos brasileiros, segundo ele, em nível dos melhores do mundo, e de custo bem menor.
Lembrei de um tempo em que adolescentes, quando queriam dizer que algo era muito bom costumavam dizer que era "das gringas". Não sei se esta gíria ficou regionalizada, mas lembro que sempre havia alguém polemizando a expressão, e que ela não durou muito.
Tristes lembranças do colonialismo, e dos preconceitos criados para justificar a superioridade de outros povos, com  consequente dominação de nosso país.
Felizmente hoje posso optar por meu esmalte nacional, de ótima qualidade, destruir este atestado de dominação, e de quebra convencer a manicure a não comprar bugigangas yankees.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Inverno


Chuva fina,
Frio rasante,
Pouca cerveja e muita roupa.
É.
Chegando o inverno pelos pampas.
Saudades do verão.

domingo, 9 de maio de 2010

Dia das mães e presentes para mães

Inegável: O apelo não poderia ser mais forte. Não precisamos de um psicanalista para referendar o fato. Mexer com a mãe do sujeito é um golpe e tanto na sensibilidade de qualquer um de nós. Crianças, adultos, idosos.  
Um golpe que pode render muito.
Mexe com o afeto, com lembranças, com origens.
Mas principalmente com nosso bolso. E com a possível culpa de quem não comprou a "lembrancinha" para sua mãe.
As primeiras divindades cultuadas pelo ser humano eram mulheres. Mesclava-se maternidade, origem da vida, origem da humanidade com fartura nas caças e colheitas. 
Na Grécia, entrada da primavera, havia festas e cultos à  Rhea, mãe de Zeus, considerada a mãe de todos os deuses. Outras culturas também festejavam a figura da mãe, porém de forma absolutamente diversa do que ocorre hoje.
Mas não podia ser diferente: O dia das mães, com direito a presente, como o conhecemos hoje, foi criado nos Estados Unidos, no começo do século XX, e logo depois recebeu até aprovação presidencial. Em terras de Tio Sam, claro, qualquer dia vira dia de comprar, e aí mais um motivo para a alegria de quem vende.
no Brasil o dia das mães mereceu talvez a primeira grande campanha unitária. Isto foi em 1949, quando os lojistas paulistas criaram a campanha publicitária que convencia a população a comemorar do dia das mães presenteando-as.
O dia das mães no mundo capitalista é uma das datas mais rentáveis, perdendo apenas para natal e dia das crianças em termos de vendas e lucros. A sabedoria comercial chega ao ponto de classificar tipos de mães e o presente recomendado para cada um dos tipos. Roupa para comemorar seu dia, restaurante para levá-la, perfume, etc. Um único dia de culto para a maternidade, mas de muito lucro para o sistema.
Com o apelo mais sacana que alguém pode fazer para um filho: 
- Vais deixar sua mãe sem um presente em seu dia?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Valeu o sufoco, esmalte das unhas roído. Eu em assembléia da categoria, depois em reunião séria, fazendo arte, ouvindo jogo em meio fone, meia atenção, logo eu, tão comportada nestas questões.
Mas Inter é TIME. E apesar das pragas gremistas, continuamos na Libertadores.
Haja coração!!!

Criminalizar os pobres, a saída tucana

Chega a dar canseira de tanto alertar. Justo hoje, que eu queria só falar dos 2 Inter X 0 argentinos, não posso me privar de citar antes os desvairios do Serra.
Nos dois dias que ficou por aqui o tucano conseguiu primeiro chamar o RS de Estado baseado na economia primária (esqueceu de dizer que o segundo maior polo metal-mecânico fica por aqui,entre outras indústrias). Depois, inventou uma diáspora gaúcha, afirmando que gaúchos são encontrados pelo Brasil afora. Mas pior mesmo é o eixo definido para campanha eleitoral: Segurança.
Para Serra, políticas públicas, compensatórias, educação, saúde, distribuição de renda não são parte de uma política geral de segurança. Aliás, as únicas capazes de resolver o problema da segurança.
Bem de acordo com o sensacionalismo global que criminaliza movimentos sociais e hiperdimensiona qualquer ato infracional o pré-candidato do PSDB deve estar fazendo a alegria dos privatistas que sonham com presídios privados, empresas de segurança particular e o consequente armamento necessário para a iniciativa privada dar conta do que chamam de marginais.
Para ele a miséria nada tem a ver com o aumento da criminalidade.
Afinal, quem tem fome que se dane. Ou, como dizia Maria Antonieta, a rainha decapitada da França, os pobres que não tem pão, que comam brioches.
É... Para ele e os seus, faltar com as obrigações constitucionais não é crime. Ah, Brasil, livre-nos deste pesadelo!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Uma imagem que vale por mil palavras

OS VOTOS DE JOSÉ SERRA NA CONSTITUINTE

A prática como critério da verdade
Escrito por Leonardo Severo

Os votos de José Serra na Constituinte de 1988
Como a prática social continua sendo o único critério da verdade, fulminante e definitiva, a mídia venal pode repetir uma mentira à exaustão que não conseguirá transformá-la no que não é, não pode ser e nem será.
Os donos dos meios de comunicação podem gastar horas de enxurrada rádio-televisiva ou mares de tinta dos seus “grandes” jornais e revistas que não farão retornar a pedra já lançada ou a bobagem feita.
Para o bem da verdade, a classe trabalhadora e toda a sociedade devem saber como se comportaram os parlamentares, deputados federais e senadores, na Assembleia Constituinte de 1988, que entrou para a história como a Constituição Cidadã.
Abaixo, os votos dados pelo então deputado José Serra, apurados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) em seu livro estudo “Quem foi quem na Constituinte”, página 621.

OS VOTOS DE JOSÉ SERRA NA CONSTITUINTE

1) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;

2) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;

3) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;

4) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;

5) negou seu voto pelo direito de greve;

6) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;

7) negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;

8) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;

9) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;

10) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A solução da PM: Punir a vítima

Meu time venceu o jogo mas não levou a taça. Assisti o Gre-Nal entre gremistas e colorados, com toda a gozação possível. Até aí, só futebol. O Internacional jogou bem, fez um gol, o Grêmio levou o campeonato mas não pode gritar goool!!
Até trocarmos de bar, indo para a esquina da Rua Lima e Silva com a República, as coisas estavam no nível do futebol.
Aí, quem estava no local assistiu o que não queria.
Um colorado, devidamente vestido, chegou à porta do bar e declamou seu amor pelo Internacional. Nada de mais, sem nenhuma agressão verbal aos gremistas. Que revidaram jogando latas de cerveja no colorado.
Foi quando a Polícia  Militar resolveu intervir: Intimou o colorado que estava sendo alvejado com latas cheias pelos gremistas.
Algumas pessoas que resolveram intervir na situação ouviram da PM a explicação irracional:
- Ele está provocando a multidão.
É. Esta é a típica linha de atuação do Governo Yeda: Punir quem já está sendo punido, liberando os agressores.
E por pouco o colorado quase foi preso por apanhar.