segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Uma verdade e meia

Costumo chamar o período eleitoral de efervescente. Nosso próximo segundo turno será, certamente, mais do que isto. Pois bem, hoje entrei por acaso em uma discussão ao ouvir uma frase que particularmente detesto: “Política, religião e futebol não se discute.” Para mim, três afirmações que são apenas uma verdade e meia. Torcedora desde pequena do Internacional, já desisti de discutir futebol. Digo aos amigos gremistas que somente nós temos o verdadeiro título mundial, eles dizem que não, comparamos os escores dos grenais, e continuamos conversando e torcendo, ou secando, pra Internacional ou Grêmio. Não é algo que realmente eu pretenda convencer alguém, tenho minha convicção e realmente alguém ser colorado ou gremista não altera minha vida. Então, futebol, em meu ponto de vista, não se discute. Religião é um assunto que em tese não se discute. Até ali. Sendo eu pagã, em nada altera minha vida a convivência com católicos comungando, praticantes das religiões afro-brasileiras realizando seus rituais, protestantes realizando seus cultos. O que eu discuto, sobre religião? Evangélicos organizando suas bancadas e votando contra os interesses dos trabalhadores. Discuto quando ouço atrocidades em nome de Deus (Deusa, para mim). Quando escuto fanáticos defendendo o direito a vida de nascituros acéfalos, ou fetos gerados por estupro simplesmente usando um pretenso direito à vida, como se a vida das mulheres não existisse. Nestes casos, discuto sim, religião, e com muito ardor. Por fim, política. Política é o assunto que mais devemos discutir. Porque nossa vida depende de política, toda ela, do nascer ao morrer. Não discutir política significa não alertar e elucidar fatos. Significa alguém apropriado de dados omitir informações que poderiam mudar opiniões, alterar aprovação de leis boas ou más, eleger um ditador ou um democrata. Por isto, quando escuto essa uma verdade e meia, sempre explico o que falei acima. Porque política se discute, sim. E neste momento que estamos vivendo, o que mais precisamos é justamente isso: Discutir. De forma civilizada, mas com certeza do que afirmamos. Com base em dados verdadeiros, com ardor mas sem imposição. Porque discutir política, neste segundo turno, significa alterar a possibilidade de retomar a democracia no Brasil ou atirá-lo de vez num precipício de ódio, pobreza e violência.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Três Pontos...

A efervescência política em período eleitoral divide opiniões. Pessoas permanecem alheias, outras deixam-se envolver pelo calor das disputas e adotam posições extremadas. Outros ainda passam a defender este ou aquele candidato como determinante para a solução de todos os problemas. Para quem, cotidianamente trata a política como elemento determinante na conjuntura, economia e vida, este debate é sempre positivo, pois permite explorar as certezas e as contradições das ideologias apresentadas. E assim, o mais importante que são as questões programáticas, o histórico do candidato e do Partido que ele representa por vezes são minimizadas em função da simpatia ou de promessas mirabolantes, da influência midiática ou mesmo em boatos disseminados pelas redes. A mídia, chamada há tempos de quarto poder, sabemos que representa interesses dos grandes anunciantes, que por sua vez tem interesses bem diferentes dos interesses da classe trabalhadora. Assim foi com a reforma trabalhista, anunciada como fator gerador de empregos e que na verdade apenas tornou a vida bem mais difícil para os trabalhadores. Por sinal, aí vai o primeiro ponto: Pesquise a opinião de seu candidato sobre a reforma trabalhista, veja como foi seu voto. Foi a favor? Não merece seu voto. Foi contra? Bom começo! O segundo ponto é conferir os boatos espalhados na rede. Os chamados Fake News. Um bom site de consulta é o https://www.boatos.org/. Quem nunca ouviu falar sobre uma Ferrari de ouro ou uma ilha em Angra? Sobre a sexualidade desta ou deste, etc.? Sempre devemos conferir antes de acreditar, muito mais ao repassar. O terceiro ponto que deixo para esta eleição é: Caso seu candidato esteja concorrendo à reeleição ou já tenha sido parlamentar, quais foram seus projetos? Quantos foram apresentados, quantos foram aprovados e qual o impacto destes projetos para os trabalhadores? Como foi sua participação no paramento, e, em caso de executivo, o que se sabe de como foi sua administração? Por fim, sempre é bom lembrar que política se faz com o coração, mas acima de tudo, com a razão. Porque estes que serão eleitos agora no domingo decidirão nossas vidas por quatro anos. E sabe-se lá se sobrará Brasil ou Rio Grande do Sul para serem reconstruídos em 2022, dependendo de quem forem os eleitos.