terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pontos perdidos


Conheci Racionais MC's a partir de meu trabalho com adolescentes autores de ato infracional. Algumas letras, muito mais que as repetitivas melodias me tocaram a ponto de eu pensar no RAP como expressão de um grupo social oprimido, explorado, alijado de seus direitos. Expecialmente as músicas: Diário de um Detento, Fim de Semana no Parque e outra que não lembro o nome (estou ouvindo alguém chamar meu nome, parece um mano meu, é voz de homem...), me faziam pensar em como os Racionais tinham uma visão crítica da vida prisional..
Depois ouvi falar e conheci outro rapper, o Sabottage; Gostei muito. Morreu logo, este. De morte matada. Dizem as más línguas que por sucesso demais e juízo de menos.
Agora fico sabendo que as letras dos Racionais NÃO ERAM feitas pelos Racionais, mas sim por um presidiário que depois virou evangélico(?).
Lembrei imediatamente de políticos que só visitam morros, vilas e favelas em épocas de eleições, rappers de gravatas e do poder de cooptação do sistema.

Um comentário:

Unknown disse...

O rap surgiu no Brasil no final da década de 80, e a sociedade não aceitava, pois considerava o estilo musical como sendo algo violento e tipicamente de periferia.
O movimento só ganhou força nas rádios nos anos 90 e os primeiros rappers que surgiram e deram seus depoimentos foram Thayde e DJ Hum, depois que apareceram nomes como Racionais MCs, Detentos do Rap, Planet Hemp, Cãmbio Negro entre outros.
Vejo que nos dias de hoje, o rap venceu os preconceitos, saindo da periferia para ganhar o grande púlico,se incorporando no cenário brasileiro, e acredito que apesar de muitos rappers terem em suas músicas o capitalismo explícito, o rap não perdeu sua essência de denunciar as injustiças e desigualdades.