terça-feira, 11 de maio de 2010

O que é nosso é bom?

Pois  é, a gente se depara com a ideologia dominante  onde menos espera, de formas que não se imagina.
Pois estava eu pintando as unhas no salão que frequento, quando uma manicure conhecida me avisou que a cor de um certo esmalte é bonita, porém sem durabilidade. Conversa habitual em salões de beleza. O inusitado foi o comentário seguinte:
- Deve ter vindo estragado, veio dos states, disse ele, como se isto gabaritasse o produto.
Bueno, a discussão que se seguiu conseguiu envolver praticamente todos, entre trabalhadores e trabalhadoras, clientes, chegando ao dono do salão. Que felizmente defendeu a qualidade dos produtos brasileiros, segundo ele, em nível dos melhores do mundo, e de custo bem menor.
Lembrei de um tempo em que adolescentes, quando queriam dizer que algo era muito bom costumavam dizer que era "das gringas". Não sei se esta gíria ficou regionalizada, mas lembro que sempre havia alguém polemizando a expressão, e que ela não durou muito.
Tristes lembranças do colonialismo, e dos preconceitos criados para justificar a superioridade de outros povos, com  consequente dominação de nosso país.
Felizmente hoje posso optar por meu esmalte nacional, de ótima qualidade, destruir este atestado de dominação, e de quebra convencer a manicure a não comprar bugigangas yankees.

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