quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os Dias Inventados.

Tem dia das mães. dos pais. da criança. Do improvável acerto do nascimento de Cristo, da páscoa, da criança, da avó, da sogra. Dia de qualquer coisa que possa render vendas.
Começou assim: Primeiro, com e-mails. Depois, amigos reunindo em bares e restaurantes. Agora, já se fala em presentinhos para os amigos mais próximos.
Do que não é capaz o capitalismo... De transformar uma das coisas mais belas do mundo em lucro.
Não sei os outros, mas tenho eu, pessoalmente, milhares de conhecidos, centenas de conhecidos mais próximos, e alguns, poucos, realmente amigos.
Amizade não é conhecer alguém, compartilhar um bar ou noitada, ou interesse comum.
Amizade é algo muito sério. Amizade é algo muito profundo, que independe da frequência de encontros, mas que pressupõe intimidade, conhecimento, cumplicidade. Amigos podem ficar distantes, mas sabem que no reencontro nada mudou. Amigos são aqueles que nos são leais, não fiéis nem subservientes.
Amigos, amigos mesmos, conta-se nos dedos.
São aqueles e aquelas para quem não precisamos passar e-mails nem presentear no dia inventado como o dia do amigo.
Mas, vamos combinar, o capital consegue lucrar até com um dos sentimentos mais sérios que conhecemos: A verdadeira amizade.

Um comentário:

José Antero Silvério disse...

Você não me conhece, mas gostaria de ser seu amigo por causa disso aqui:

Para ser eficaz, a política de dominação capitalista deve impregnar o sujeito dominado, dominá-lo com suas premissas e torná-lo um de seus divulgadores. Para isto é vital que este sujeito sinta-se incluído no seleto rol dos que merecerão alguma recompensa, o que o fará distinguir-se dos demais. REGINA ABRAHÃO

Sempre que me parece um oportunidade eu cito este trecho nos comentários da blogosfera. Tenho que colocar o seu nome senão, daqui há pouco, passo a assiná-lo
Um abraço.