terça-feira, 14 de setembro de 2010

Na Lagoa

O sol parece cacos de espelho nas pequenas ondas, e a água é meio salobra, meio doce.
Pequeninos animais se aninham nos juncos das margens rasas e barrentas.
Mesmo quando a brisa se espreguiça esperando a chuva, os ares carregam seus escritos.
A lagoa se mostra nua para poucos, pouco e raras vezes, sem nunca avisar a hora certa.
As vezes precisamos espiar com calma  o vai-e-vem das cintilações da luz.
Em outras somente a percebemos quando ela desperta em nossos sonhos profundos.
Ou a carregamos com a imagem presa no papel, na tela, no bordado,
As almas do sul da lagoa passeiam por nossos olhos embrulhados em mantas de luz.
Os ventos do sul da lagoa assobiam em nossos ouvidos quando as águas sobem, no fim da tarde,
As árvores sacodem suas folhas e elas caem os sons se misturam,
E se estivermos com os sentidos para o sul, podemos ouvir as almas de lá.
As ondas, as águas, as sombras, as músicas: Cada sinal uma vontade.
Moça geniosa, não é sempre que a lagoa se mostra sem suas mantas e véus.

Nenhum comentário: