quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Metáforas para o desastre tucano


Nos últimos dias tenho lido e ouvido muitas metáforas referentes aos tucanos. Coisas como "barco afundando", "debandada do ninho", "edifício desmoronando". Cá prá nós, nada criativas, se fizermos uma análise literária. Eu mesma já usei alguma delas em textos anteriores. 

O lado bom, esquecendo o lado literário, é que realmente a campanha tucana desaba no Brasil todo, e não só com Serra. A campanha na TV, que era aguardada como grande recurso, capaz de alterar as intenções de voto em favor de Serra reforça, a cada dia, a campanha de Dilma.

A propaganda eleitoral da direita, com efeito, tem variado do patético ao ridículo, com direito a dramatizações dignas de novelas mexicanas. Serra não acerta a linha, semanalmente troca de prioridades, muda o discurso, varia o tom. Invariáveis são as referências sobre saúde, como se em São Paulo, dirigida pelo PSDB há quase duas décadas, não houvesse falta de vagas, filas, espera e péssimo atendimento.
O programa de Dilma tem sido no mínimo correto. Primeiro, tem como apresentador o presidente mais popular da história do Braisil. É leve, traz propostas e, muito corretamente, não responde aos insultos e agressões do oponente. Passa uma idéia de concretude.
Na verdade, a direita no Brasil vive uma grande crise de identidade: É oposição, mas não se atreve a falar de Lula, ao contrário, tenta colar nas realizações do presidente, dizendo suas obras feitas com dinheiro federal. E então como se diferenciar do governo, como ser oposição, como dizer que é errado o que já mostrou dar certo?
Mas nem só a campanha presidencial está no ar.
Como diz o velho ditado, o peixe apodrece pela cabeça. O desânimo e a incerteza de Serra, os índices caindo, a falta de coerência programática (afinal, qual é o projeto de Serra?) funciona como freio para as demais campanhas da direita no país. Mesmo nos estados  onde nos últimos anos tem sido hegemônico ou tido forte influência, as campanhas ligadas ao tucanos não decolam. O último reduto tucano, São Paulo, começa a balançar.
O esforço da mídia tendenciosa, de requentar uma denúncia de setembro do ano passado, referente ao vazamento de informações da receita federal, não está emplacando.
Então sobra para nós assistir um patético Serra, dizendo-se ofendido e perseguido como Lula foi em 1989 quando Collor usou de sua filha Lurian em rede nacional para tentar desmoralizar sua candidatura.
Por isto, mesmo que não sejam pérolas literárias, as metáforas estão bem empregadas. Resta a nós exercitar um pouquinho a criatividade e encontrar novas metáforas para o desastre da direita brasileira.





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