terça-feira, 13 de abril de 2010

Mesmo assunto, duas explicações

O artigo de Luís Carlos Lopes ajuda a entender os motivos das "catástrofes" que agora aparecem no Rio e São Paulo. Só que no Rio, diz a mídia, é descaso do governo. E em São Paulo, ainda segundo a mesma mídia, são problemas climatológicos.
Mas existem outras razões para entendermos as catástrofes. Abaixo, parte do artigo da Carta Maior.
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4593&boletim_id=672&componente_id=11223

O modelo da urbe fluminense é o da exclusão. Os melhores terrenos urbanos foram loteados e adquiridos para o uso das classes ricas e médias. Para os pobres, sem os quais não haveria qualquer desenvolvimento, restaram os morros, as várzeas alagáveis, as periferias de baixo valor imobiliário, isto é, as sobras do dito desenvolvimento urbano. O nome ‘baixada’ não só indica pontos e coordenadas geográficas, fala também de regiões de menor valor, igualmente usadas pelos pobres para morar nas chamadas cidades dormitórios. O baixo custo destas terras relaciona-se diretamente à possibilidade de alagamentos por estarem, não raro, abaixo do nível do mar. Normalmente, estes terrenos foram grilados, loteados e, em muitos casos, ocupados pela força da miséria. Em suma, seus habitantes ficaram com o que sobrou da grande especulação imobiliária que assaltou as terras do Rio, de Niterói e da chamada Região dos Lagos e de outros municípios fluminenses, desde meados do século passado. O mesmo modelo vem se repetindo, com adaptações, nas grandes, médias e pequenas cidades do país.

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