quarta-feira, 16 de junho de 2010

Viver o inevitável ou entregar-se ao imprevisível

Esta coisa de fazer campanha mesmo antes da campanha começar está me dando nos nervos. Mas tem suas virtudes.
O bom da coisa, o aprender, os exercícios de ouvir em ver de falar, de conviver com o impensável, isto é fantástico.
Descobrir cada dobrinha do pensamento, observar e necessitar analisar ali, naquele momento o que é dito, o que pode ser, o que deveria ser e o que realmente é.
Parece que a candidatura coloca raio X em meus olhos, comummente  tão tapados e viseirados para ver só o que aro longo deste muuuuuitos anos foram condicionados a enxergar.Mas que sempre espiaram por fcima do muro, queridos olhos meus.
Mexer em vespeiros e dar respostas deselegantes, aliás, posturas deselegantes sempre foram minha característica. Não por determinação, por feitio. Nunca fui moça polida, educação para mim sempre passou longe dos ensinamentos que as boas moças aprendiam e reproduziam. Meu pai sempre culpou minha mãe por isto, mas ela nunca conseguiu. as respostas para mim são naturais. são lógicas.
É que nunca fui boa moça, nem cordata, nem enquadrada, E sei, eu sei o preço que esta postura sem enquadramentos me custou.Só eu tenho idéia deste custo. O glamour tem se preço, companheiros. O inconformismo tem seu preço, e ele é doloroso. Mas ele é impagável. Único. libertário.
Mas cá estou eu, sem patrimônio material acumulado, mas com um considerável patrimônio político, com um experiência razoável em várias áreas todas elas voltadas para o humanismo. Estudei sem concluir, entrei em seis cursos universitários, vivenciei sem aderir, conheci até o ponto em que me interessou conhecer. Passei pelos não corretos, desmanchei construções (porque frágeis), desiludi consciências não convencidas.Nunca por crueldade, mas por causa desta busca viciante que nos leva a abandonar estabilidades e trabalhos, e ganha-pãos, e famílias só porque esta insatisfação não se resolve com um mísero orçamento participativo que por mais propalado,  tapa a cabeça par destampar os pés, o cobertor é curto, camarada.
Nunca achei que a política estava falida ou acabada, Acredito na boa política, e por isto vivo até hoje num enfrentamento constante.
Aliás, quem ignorar a luta de classes que se dá dentro dos partidos, não está preparado para eles.
Acho que agora, depois de Lula, (e viva ele!), estamos mais perto de desmistificar maldades condicionadas. Estamos mais perto de ser livres. Hoje posso andar com minhas sainhas de hippie faceirinha sem ser molestada..Claro, não em qualquer lugar.mas vem Hoje, quando meninas são apedrejadas na rua, a brigada vem, apesar da má vontade.
Mas o que hoje acontece em algums lugares tem que acontecer em todos: Eu, no alto de meus 53 anos, tenho o direito de me vestir como tenho vontade. E se alguma travesti quiser, tem o direito também. E se algum casal quiser se beijar, não importa ser homem/mulher, mulher/mulher, homem/homem. 
E apedrejador tem que ser o anormal, doente por se sentir ofendido ao ver duas pessoas simplesmente se acarinhando. A felicidade incomoda, e muito, aos infelizes.
Prá quem quem não se conforma com isto, sugiro que procurem orientação psiquiátrica. Porque a doença já pegou.
E nós? Ora, viver a curta e bela vida que está aí para nosso deleite. Ou optar pela vida de samambaias, a espera da ração diária de água e de algum ventinho generoso que possa saudir suas folhas vez que outra, Que nem quem acha que a vida é feira de presibilidades. Armem as cadeiras, sentem-se e esperem, enquanto nós, os insatisfeitos, corremos o mundo.

3 comentários:

frei disse...

Continue assim guria, que voce vai assaltar os ceús do Rio Grande.....

beijos

Simone de Lima Amaral disse...

Pois é, sempre te vi assim mesmo! Na contra mão do convencional, as vezes até chocando.
Lembro de tuas façanhas, lembro-me ainda pequena vendo tu lutar pelas diretas, pedindo a anulação do voto anos depois (para não eleger nem o Colares nem o Marchezan), lembro de ouvir teus papos com meu pai na praia, sobre política.
Enfim, hoje vejo que sempre tivestes razão em tuas posturas, em tua visão política, e penso que se pessoas como tu não existissem, o mundo ainda cheiraria a mofo! heheh
Parabéns garota, por nunca ter parado diante do conformismo!
Vamos a luta!
Bjos
Simone

Geovani ( Silêncio) disse...

Bá guaria, tá muito filosofal!!! Gostei. è isso mesmo Regina, é muito interessante a gente olhar para dentro de nós mesmos às vezes, sermos humildes para ler, escutar, entender o que as pessoas ao nosso redor tem a dizer, falar, sentir, gesticular...somos humanos, e nosso crescimento vai pos aí...não como donos da verdade já pronta e acabada, mas construtores coletivos de sonhos, de lutas, de "revoluções", inclusive dentro do Partido que defendemos ( e/ou acreditamos)...levo fé em ti minha querida camarada! Bj. Silêncio