quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Serra na Globo



Bonner, primeira cordial pergunta: Candidato, o Sr tem procurado evitar críticas ao presidente Lula. Isto é o que se espera de um candidato de oposição? Resposta: Lula não é o adversário. Vou melhorar o que está bom e mudar o que não está. Serra segue falando , sem interrupções, bonner perguntando se isto não será mal encarado pela população. A resposta: Algumas coisas do governo Lula foram boas.

Evidente que Serra não poderia criticar sem tréguas o governo que tem  os mais altos índices de popularidade já obtidos no Brasil. O clima é de cordialidade, em nada lembra as entrevistas já feitas com Dilma e Marina. Será que o casal global tem problemas com candidatas mulheres?

Chega a vez de Fátima. Gentilmente ela pergunta por que Serra não evita comparações entre Lula e FHC. Mais gentil ainda ele responde que em nada ajudaria o Brasil fazer  comparações, mas que FHC arrumou o Brasil, que conteve a inflação, que ele criou os genéricos, que a saúde piorou, as cirurgias diminuíram, etc. e tal. Insinuou uma comparação entre ele próprio e Lula com Mano Menezes e Dunga, desafeto global.

Realmente, Plínio tem razão: Serra só fala em saúde, o resto é periferia. E não teria mesmo como estabelecer comparações entre FHC e Lula: Serra não teria como explicar o inexplicável.

Bonner, agora, pergunta sobre a política de alianças do PSDB, citando e de quebra lembra as alianças em torno de Dilma. Cobra a assinatura da aliança ter sido feita por Roberto Jéferson, réu confesso do mensalão.  Serra: “Eu não tenho compromisso com o erro”. Diz que o PTB é antiga aliança em São Paulo. "Não farei loteamento de cargos. Isto é o que promove a corrupção. Rgos que ocupou nunca houve distribuição de cargos aos partidos".

O que Serra quis dizer com loteamento de cargos? O PTB não participaria de seu governo, caso fosse eleito? Darão apenas opiniões?  Como seria esta experiência, com apenas o PSDB no governo? Porque isto não acontece em seu governo, onde até o PV tem sua secretaria e demais cargos?

Fátima então faz a pergunta “polêmica”: Se Serra seria  “centralizador”. Que teria influenciado na escolha do vice; e sugere, brandamente que o vice não teria muita experiência. Serra responde que não é centralizador, e que Índio é experiente,  foi vitorioso em quatro eleições, três municipais e uma federal, é carioca, ajudou a aprovar a lei da ficha limpa. E encerra dizendo que ele, Serra, tem muito boa saúde, o vice não precisará assumir.

O genro do banqueiro Cacciola (preso no Brasil) Índio de Souza, homem forte no desvio de verbas da merenda escolar  quando secretário da administração do Rio de Janeiro (2001-2006) não é exatamente alguém reconhecido no cenário político brasileiro, não ao menos uma boa referência. Mas forte mesmo foi a insinuação sobre sua suposta boa saúde, numa referência cruel sobre o câncer já superado de Dilma.

Bonner, educadamente, refere-se às estradas de São Paulo,  que possui os maqis caros pedágios do país. Lembra que o Estado é dirigido há 16 anos pelo PSDB. Serra aproveita para elogiar as estradas paulistas e criticar as federais. Diz que não concorda com a forma das concessões federais, que 75% dos usuários acham as estradas de SP ótimas ou boas, contra 25% no país. Bonner pergunta se há um meio termo, ele responde que fará estradas boas sem ser caras,  exportando para todo o país o modelo que reduziu o pedágio da rodovia Airton Senna pela metade. Diz que nunca o Brasil esteve com estradas tão ruins.

Serra esquece de dizer que o modelo de privatização das rodovias foi o iniciado com FHC, que em seu governo entregou para a iniciativa privada 78,61 bilhões de dólares, claramente subfaturados, e que o governo Lula privatizou sete estradas federais. Se aplicados os parâmetros de privatizações de SP no país, os pedágios do Brasil no mínimo dobrarão de preço!

Gentilmente, Fátima interrompe Serra, que candidamente concorda. Ensaia sua despedida, lembrando da infância pobre, e afirmando que seus pais jamais imaginariam ver seu filho no Jornal nacional. Bonner interrompe, e Serra, cordatamente, encerra e entrevista.

Não fosse a postura das duas entrevistas passadas, poderia dizer-se que a de hoje foi uma educada troca de gentilezas. Quem não conhece, que acredite!

3 comentários:

frei disse...

Bom dia camarada!!!
os comentarios ruidosos da gurizada no texto anterior sobre a participação da Dilma no JN, agora devem se pronunciar sobre este texto e sobre a postura do casal nacional da Globope...eta jornalismo arcaico e falcatrua,mas quem conhece de fato e acompanha o processo histórico da politicanalha brasileira , não entranha em nada o que o PIG está fazendo, agindo como partido politico mesmo.
Então tomara que Dilma eleita encare de frente o problema da midia brasileira, que não contribui em nada para o processo civilizatorio do Brasil.
abraço, continue assim opinando com maestria e coragem seus pontos de vista a cerca de todos os temas.

Anônimo disse...

ACHO QUE COMO OS CANAIS DE TELEVISÃO SÃO UMA CONCESSAO DO GOVERNO FEDERAL, DEVERIAM SER OBRIGADOS A DESTINAR GRATUITAMENTE GRANDE PARTE DA GRADE DE PUBLICIDADE PARA LANÇAR CAMPANHAS À POPULAÇÃO, LEVANDO PARA DENTRO DAS CASAS UM EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE, EDUCAÇÃO NO TRANSITO, RESPEITO AOS MAIS VELHOS, RESPEITO AO MEIO AMBIENTE, ÁS CRIANÇAS, AMOR À PÁTRIA, RESPEITO AOS PAIS, IRMÃOS, VIZINHOS, AMIGOS...QUEM SABE AO CONTRÁRIO DAS "TELENOVELAS GLOBAIS", UM EXEMPLO DE VIDA MAIS CORRETA E DIGNA, FIZESSE PARTE DA LIMPEZA CEREBRAL QUE A MESMA PROPÕE! FICARIA FELIZ DE PODER TER CERTEZA QUE AS PESSOAS ESTARIAM RECEBENDO MENSAGENS DE OTIMISMO E AS MESMAS FIZESSEM PARTE DO DIA DAS PESSOAS, PRINCIPALMENTE DESSA GERAÇÃO DE JOVENS QUE NÃO TEM NENHUMA REFERENCIA A NÃO SER A MEDIOCRIDADE DA TELEVISIVA GLOBO E SEUS FANTASMAS VESTIDOS DE OURO!!!

Anga Mazle disse...

Ótima postagem, Regina.
Não costumo ver TV, principalmente o JN. Nada contra o intimorato bastião da liberdade de imprensa e dos direitos do povo oprimido... É só indiossincrasia de uma loura (falsa, exteriormente, mas não no provável reduzido número de neurônios) que tem urticárias quando vê (ou apenas ouve) o extra-ordinário Bonner e ânsia de vômito quando sua não menos extra-ordinária esposa começa a grasnar.

Mas, falando sério, a alcatéia da grande midia já começa a entregar os pontos. Ou, seguindo suas tradições fisiológicas, a se render às evidências traduzidas peloss pontos que os ins(pros)titutos de pesquisa vão, muito a contragostos, tirando do proletário Serra para enriquecer mais ainda a magnata Dilma...

O Globo, depois de mais de dois meses sem uma única edição cuja manchete principal não atacasse direta ou indiretamente o governo Lula, nos últimos dias tem mareirado nos ataques, sintoma de que já está pronto para se bandear para o lado vencedor.

Ah, como me orgulho de ser jornalista...

Parabéns pelo blog!

Beijos