sexta-feira, 15 de abril de 2011

Único culpado?

De terrível lembrança são todas as matanças que a imprensa nos traz vez que outra. Não falo das matanças autorizadas, aquelas do Iraque, Afeganistão, Palestina, Vietnã. Ou em tantos e tantos cantos do mundo quando os poderosos resolvem, por motivos ideológicos e econômicos invadir o que bem entendem.
Falo das matanças individuais, aquelas que sempre terminam em "suicídio" do atirador, depois de chacinar pessoas que, via de regra, nem conhecem. Crimes inexplicáveis, dor sem lógica, até pouco tempo atrás eram notícias que chegavam principalmente de países do norte.
Aqui pelo Brasil esta prática não  é usual. Talvez a neurose nacional, medos, recalques e o ódio de classe distorcido não fossem tão forte por aqui.
Mas uma procura rápida nos mostra  que não são os ricos, com acesso garantido à formação acadêmica, perspectiva de empregos razoáveis os que cometem as chacinas inexplicáveis.
São indefensáveis as chacinas.
Nossa indignação, nossa perplexidade, nossa raiva mesmo são absolutamente entendidas e justificadas.
São nojentas estas mortes, assim como é nojento o espetáculo macabro promovido pela mídia a respeito delas.
Desenvolvo aqui as mesmas indagações que encontrei resumidas num post do facebook: O último crime, praticado por um jovem adulto no Rio, foi cometido na escola que ele frequentou por anos, sem nunca ter sido notado por professores, orientadores, diretores, nenhum sintoma de loucura e doença. Sua família, idem. Adotado aos nove anos, a instituição que o abrigara, os técnicos que participaram deste processo de adoção, idem.
Crime indefensável, repito.
Mas deixo para reflexão a dúvida: Fosse ele tratado aos primeiros sintomas, tivesse ele sido minimamente observado por pais, profissionais, amigos, professores, este massacre teria acontecido?
A mim, o autor foi absolutamente culpado. Mas não o único culpado.

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