terça-feira, 22 de março de 2011

Não use a Neosa!

Teoricamente existe, no Brasil, um conselho de ética que regulamenta a publicidade no Brasil. Teoricamente, penso eu, depois de assistir a algumas propagandas de cerveja e outras peças. Mas o comercial que assisti hoje de um medicamento, a Neosaldina, passou da conta.
Que o capital não dá tréguas, sabemos. Que o homem, para o sistema, serve para produzir riquezas, sabemos. E também sabemos que as condições de trabalho e vida de quem produz não importa a quem detém as riquezas. E que a indústria farmacêutica, ao ínvés alimentar a qualidade de vida e saúde preventiva, preocupa-se notadamente em produzir lucro. E quanto lucro!
O comercial referido abre com uma (provavelmente) executiva, atormentada por dores de cabeça. Então ela saca da bolsa uma cartela do remédio, e transforma-o em chaves. Aberta a "cabeça" onde estavam as ddores, saem balões com cartazetes: "Prazo", "Fatura", "Conta", "Vencimento", e outros compromissos, daqueles que o capitalismo faz questão cerrada em nos impor.
Ao lado dos antidepressivos, tranquilizantes, moderadores de apetite, controladores de humor, entre tantas drogas legais e ilegais, surge mais uma panacéia.
Nada de alimentação saudável, nada de qualidade de vida. Nada de diminuir o consumo. Aí estão as drogas milagrosas, que transformam pesadelos em sonhos desde que seguida a prescrição.
E aí está, dizem eles, a solução para os problemas causados  pela competição, acumulação e necessidade de consumo que alimentam o capitalismo.
Pelo menos comigo, o efeito foi inverso. Privilegiada por quase nunca ter dores de cabeça, caso tenha alguma, certamente NÃO tomarei este medicamento.


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