segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden e o nacionalismo estadunidense

Então, dizem os noticiários, Bin Laden morreu.
E poucas vezes, nos últimos anos, assistimos nestes mesmos noticiários a exacerbação do nacionalismo ianque. Bem diferente das manchetes de 2009, quando a crise econômica mostrava casas abandonadas, pessoas morando em carros, nas ruas, empresas falindo, bancos quebrando. Teria mudado tanto assim a conjuntura social e econômica naquele país?
Hoje bandeiras dos E.U.A. agitam-se frenéticas nas mãos de jovens nas escolas e niversidades, grupos usam como palavra de ordem a sigla de seu país. 
Reafirmação de soberania? Não, nada de soberania e patriotismo nisto, penso que a massa que vibra com a possível morte daqueles que consideravam seu principal inimigo peca, pelo menos, em comemorar uma morte, seja ela de quem for. Festejam sim mais uma operação invasiva e desreipeitosa, que sequer, conforme a mídia, informou o governo paquistanês que entrariam em seu território.
Desde 2001 aquele mal-explicado atentado às torres gêmeas, com soldados morrendo no Afeganistão e no Iraque, desde que o republicano Bush perdeu o governo para os democratas, a auto-estima nacional andava em baixa. Depois veio Obama, com a esperança de dias melhores que nunca chegaram.
Para Obama, nada mais adequado: Para um país despedaçado pela crise econômica que persiste, enterrado pelas necessidades de consumo artificialmente criadas e dificilmente cumpridas e que vê cada vez distante o tão propagado sonho americano, encontrar um ponto de identidade comum em seus cidadãos é quase um milagre, é uma sobrevida.
É uma nova guinada ao sentimento nacionalista tão explorado pelos democratas estadunidenses. Um bom tema para ser explorado na próxima campanha eleitoral, é um bom aval para a continuidade das ações militares, justifica a continuidade das tropas no Afeganistão e Iraque, aos ataques à Líbia, onde bairros são bombardeados e civis tem sido mortos, tudo em nome o combate ao terrorismo.
Assistindo àqueles jovens gritando - U.S.A., U.S.A!, lembrei imediatamente de outras manifestações estadunidenses. Aquelas onde homens de capuzes brancos, empunhando tochas, perseguiam e massacravam negros, comunistas e outros possíveis inimigos. Tudo, justificadamente explicado pela necessidade de defesa do modelo de vida e consumo perfeitos. Em defesa da moral, da propriedade, da continuidade do sistema. E assistindo aos noticiários, uma entre várias outras questões sobressalta aos meus olhos: Qual nação será a próxima vítima dos estadunidenses em defesa da liberdade e da paz?

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