
Desde a década de 80 sou periferia dos movimentos ambientalistas. Por prioridades partidarias, pela necessidade de sobrevivência, nunca fui a fundo, a não nas leituras, nas poucas participações, nos textos escritos.
Mas a preservação ambiental, a natureza, a luta anti energia nuclear (hoje nem se fala mais nisto), a possibilidade de uma vida diferente e menos neurótica sempre estiveram presentes em meu discurso, em meus sonhos. Sem o romantismo da volta à cavernas, sem o desenvolvimentismo a qualquer preço, sem a destruição do que ainda resta de nossa natureza.
Sempre elegi Itapuã, por seu significado político, histórico e afetivo. Mas muitos outros Itapuãs tem sido destroçados, invadidos, nossas reservas virando lenha e carvão. Ou nossos leitos de rios açodados pela retirada indiscriminada de areia.
Muito há para ser dito. Porque é cômodo falar nos parques, mas não cumprir os mínimos cuidados, a separação do lixo, a economia de energia, o consumo desenfreado que faz com que na mesma estação sejam lançadas três coleções de roupas, uma para cada mês.
Voltando ao início, enquanto esperava soluções para minha vida profissional, sem nem pensar na possibilidade, fui levada para onde poderei produzir, com alegria, onde não trabalharei, executarei tarefas necessárias. Talvez agora com a maturidade para poder entender e produzir um trabalho que talvez só agora se apresente.
Nada é corriqueiro, muito menos em educação ambiental.
Mas tenho certeza que os possíveis obstáculos só servirão para desenvolvermos ainda mais planos e projetos, e que esta talvez seja das mais agradáveis e desafiadoras de todas as que já me foram dadas.
Um comentário:
Enquanto o Greenpeace faz o ambientalismo do Império, trata-se de fazer o ambientalismo do sul do mundo.
O fim da fome é um imperativo da sustentabilidade.
Os trabalhadores do campo não podem de uma hora para outra serem penalizados pelo aquecimento global.
Não podemos inviabilizar o planeta. Nem a agricultura familiar.
A tarefa não é simples. Mas o novo momento no RS coloca os comunistas no centro do debate.
Estaremos preparados?
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