domingo, 8 de agosto de 2010

A força da fala

Não sei porque, mas leitores deste blog costumam comentar ou responder aos posts por meu e-mail ou pessoalmente. Mas geralmente não recebo muitos comentários. Por isto estranhei a quantidade de e-mails e telefonemas recebidos sobre um texto onde me referia a candidata Dilma como futura Presidenta do Brasil. Estranhei a quantidade, mas principalmente a opinião da maioria dos comentários, contestando a linguagem como elemento de dominação. Como se a invisibilidade feminina na imensa maioria dos textos n~´ao tivesse significado.
Conheço praticamente todas as pessoas que me comentaram este texto (exceto uma pessoa), e sei de suas posições políticas à esquerda. Tanto que ninguém contestou a provável eleição de Dilma. O que incomodou foi mesmo a feminilização do termo presidenta.
De incorreção gramatical à fanatismo feminista, os argumentos só me convenceram que cada vez mais precisamos desta visibilidade do feminino. Cada vez que nos referimos a todos sem o todas, a homens enquanto raça humana, cada vez que "comemos" um 'A' no final das palavras, estamos escondendo atrás do ser masculino séculos de opressão. Não, a forma todos não contempla as mulheres.Não, não estamos incluídas na forma masculina.
Pode ser cansativo, no início estranho, diferente, incomodativo.
Mas extremamente necessário ao fortalecimento da identidade feminina. Afinal, a língua é um dos elementos que compõem uma nação. E a força da palavra é incontestável.

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