sábado, 1 de agosto de 2015

Pervertendo os Conceitos de Democracia

Exite uma confusão na cabeça de algumas pessoas. Entre democracia, imposição, respeito e desrespeito. Democracia não pressupõe atacar com ferocidade quem não pensa igual. Democracia não comporta atacar para destruir quem/o que lhe pareça diferente. Democracia não inclui o uso de argumentos intimidatórios, vis, inverídicos. Democracia tem por princípio básico acatar e conviver com a opinião da maioria. Democracia inclui, principalmente a participação efetiva nas instâncias participativas, presença na luta, construção da resistência na busca por uma sociedade justa, igualitária e fraterna. Ouvi de uma das maiores inteligências vivas deste país algo que hoje me norteia, e de outra inteligência igualmente brilhante, militante na luta pela paz (sim, a paz não cai dos céus), algo que há tempos entendi e assimilei: Não queremos a paz dos cemitérios, queremos a paz dos direitos, da democracia, da soberania (Socorro Gomes), a paz de quem se sente respeitado, incluído, contemplado. E queremos menos ódio, mais solidariedade, menos discriminação e mais tolerância. Queremos o entendimento que os diferentes não são desiguais, que qualquer forma de discriminação e/ou perseguição são expressões de barbárie e ignorância. Queremos um mundo sem imposições de modelos (Leonardo Boff). Sem querer (nem poder) me igualar a eles, incluo: Queremos um mundo onde as denúncias tenham fundamento, as verdades sejam explicitadas, onde aqueles que só falam falem algo de útil. Um mundo sem intrigas nem despeitos, onde pessoas declarem seus pensamentos e intenções sem disfarces. Um mundo onde o essenciall seja a construção de um novo mundo. Bueno, isto dito, fica a reflexão: O ódio político, o preconceito e a intolerância não seriam, na verdade, sinais de que algo não vai bem no íntimo e na vida de quem odeia, discrimina, difama e ataca? Alguém de bem consigo mesmo age desta maneira? De onde vem a irracionalidade deste rancor contemporâneo? Esta intolerância, este desespero com a ascenção alheia, esta raiva da classe historicamente subjugada e desfavorecida, surge como? Os lobos, em suas matilhas, tem mais solidariedade entre si do que nós, humanos, temos entre nós. talvez estes sentimentos, este ódio social que se esparrama e enraíza por toda a sociedade tenha como maior causa o medo. De reconhecer e enfrentar as próprias fragilidades, medos e incapacidades. Ou o que mais seria?

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